sábado, 22 de maio de 2010

Quando Moramos Sozinhos

Acredito que um dia, todos nós passaremos por um processo interessante chamado emancipação. Sim, a beleza da liberdade poderá ser sentida completamente por grande parte de nós. Mas não pensem que tudo será como num conto de fadas, para falar a verdade, muitos podem nem gostar. Acontece que se você estiver mal acostumado se verá em maus lençóis. Quando seus pais não estiverem lá para brigar com o motorista do ônibus por ele não ter lhe esperado, para levarem seu relatório de física para a faculdade quando você tiver esquecido mesmo você tendo passado a noite inteira o preparando. Acontece quando sua mãe não vai mais lhe buscar na porta do colégio, fazer seu almoço, ajudar a lavar a louça, você se sentirá sozinho. Se você for um indeciso da vida, então se sentirá pior. Além de tudo, seria bom ter alguém da família para contar os seus dias de cão, principalmente se sai de uma cidade com 250.000 habitantes para uma com mais de um milhão.
Acontece que nós percebemos a vida como ela é. Dias bons virão, mas também passaremos por dias ruins. Quando nós pegarmos chuva, quando os carros passarem por uma poça perto de você, quando o ônibus quebrar com você dentro, quando você não conhecer ninguém, quando você se sentir preconceituoso por causa do receio de ser assaltado (de novo)... Não se sinta sozinho, pois mesmo existindo pessoas que não estão nem aí para você, ainda existem almas caridosas prontas para te ajudar, para te acompanhar, conversar, te dar força, ou até dar uma boa surra no cara que acabou de te assaltar!
Não pensem que viver sozinho é tudo de ruim. Todas as provações que passamos servem para o nosso crescimento pessoal, a verdadeira experiência adulta. Algumas vezes chego até a achar engraçado os milhares de fatos inusitados que me ocorrem diariamente.
Pensem comigo, como é possível uma pessoa ser testemunha de tantos acidentes de ônibus como eu? Como na vez que o motorista do meu GOL (Grande Ônibus Lotado) se enfureceu com o motorista do outro GOL da frente e se jogou contra o outro, quebrando as janelas e retrovisores de ambos. Ou quando o pneu dele fura no meio do trajeto, ou até quando um ser consegue jogar seu próprio carro contra o ônibus, causando um engarrafamento tão grande ao ponto dos carros e até caminhões (acreditem...) passarem por cima do meio fio. Não podendo deixar de mencionar os comentários e berros que as outras testemunhas não perdiam a oportunidade de fazer.
Enfim, encaro esta fase como um processo de maturação para vida, que agora parece acabar de começar de verdade. Para os que estão vivendo este momento, bem vindos ao clube. Para os que ainda aguardam boa sorte, mas vocês irão adorar. Todos terão que encarar isso, por que, simplesmente, acontece...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cidade Maravilhosa

Ao chegar neste lugar
me enalteço da tua beleza
tuas ruas levam-me brincalhonas
e teus viadutos fazem-me majestade

Tuas árvores são os prédios
Tua fauna somos nós
Cada macaco no seu galho
De mais adiantaria um galho só...

O teu céu é peculiar,
como o daqui jamais verá.
Acoberta-nos das estrelas, a bendita nuvem negra.

Cada um a compõe, seja até com o seu ar.
Que beleza é sentir o odor do maquinar.

Os zumbidos não são insetos
As folhas já estão impressas
Tuas flores são os afetos
Salve! Salve! A Cidade de Concreto!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor Mortal

Certo dia, ao andar pela rua, me deparei com uma mulher chorando em um banco da praça, eu desconhecia a causa de sua coita, mas esta cena fez-me lembrar da Silvia velha, que de idosa não tinha nada, era chamada assim devido ao seu rápido definhamento. Foi uma mulher com a vida maldita, apanhou do marido até seus últimos dias.
Silvia costumava ser uma moça feliz e cheia de vida nesta cidade maravilhosa que é Viçosa. Suas alegrias duraram somente até o momento em que conheceu Henrique, um rapaz trabalhador, mas muito bruto. A paixão foi avassaladora entre os dois, e logo veio o casamento. Embora, estivesse casada e ao lado do homem que amava, Silvia esmorecia a cada dia que a observava. A pobre criatura entristecia-se diversas vezes, mas jamais se libertava do que lhe fazia tanto mal.
Com o passar do tempo, a notícia se espalhou, e a causa da tristeza de Silvia foi revelada. A pobre mulher era surrada pelo marido frequentemente, e o último episodio a havia levado ao hospital. A vítima jurou denunciar seu malfeitor, mas se esqueceu rápido do assunto em meio aos falsos perdões do marido. O casal se mudou do bairro e eu, recentemente, soube que Silvia havia falecido, afinal, não existe corpo capaz de aguentar tantos maus tratos, e o mais triste é que este foi o destino que ela mesma escolheu, foi refém do próprio amor.
Enfim, tomei por lição esta história da moça que tornou-se velha mais rápido do que pensava. Pela primeira vez, presenciei alguém, literalmente, morrer de amor. Henrique casou-se novamente, e desejo mais sorte à sua nova esposa. Será que os brutos também aprendem? A resposta eu desconheço, o que importa é que jamais esquecerei a história de Silvia, que se doou por completo, e em troca recebeu castigos e opressões. Quando Silvia e Henrique se casaram, ocorria todos os dias um assassinato, um assassinato da alma, bem aqui, na casa ao lado.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Como começar um blog

O que ganho escrevendo neste blog? Realmente esta pergunta sempre se torna retórica. E o mais incrível é que acabo sabendo a resposta. Escrevo porque gosto, e acabo pondo em prática as dicas de redação do meu professor amalucado: "Diga não às aliterações". Certa vez,ao cometer um erro, ele disse que me encheria de cascudos assim como o personagem do livro que estávamos trabalhando, o que arremeteu-me a imagem do fazendeiro agreste ao meu professor. Enfim, este blog terá publicações sobre as coisas da vida, coisas que acontecem. Embora nunca devamos nos esquecer que nem que vivamos cem anos saberemos todos os mistérios da vida, e o mais incrível disso é que quem me disse isso foi a manicure do salão da minha rua. hahahahaha :D